Por Clecio | Qui, 28/07/2022 - 16:36
Consciência

A consciência é o nosso avatar social. É a nossa identidade como indivíduo social, o reflexo de uma gama imensurável de estímulos e sensações como uma resposta ao ambiente social. É o nosso personagem o que interpretamos ser nós mesmos perante os outros.

Por isso conversamos com nós mesmos o tempo todo. Consciência é o modelo do ser que queremos que seja visto pelos outros, e por isso pode engendrar mentiras, até para nós mesmos.

Nosso organismo gera uma quantidade imensurável de estímulos sensoriais o tempo todo; grande parte desses estímulos nervosos geram respostas (reflexos) ainda no sistema nervoso periférico, mas mesmo assim geram impulsos que chegam ao sistema cortical já amplamente modificados pelo sistema nervoso como um todo. Os impulsos nervosos seguem um processo imensamente complexo de reforços e combinações que em última instância geram um reflexo “cortical”, o que vem a constituir a nossa consciência.

Ainda está para ser demonstrado o quanto da resposta cortical constitui a consciência e também como, dentro da consciência, se divide e se comporta a “atenção”, mas mesmo assim, me parece, essa é a estrutura fundamental da consciência ou, como muitos a entendem, a mente: O sistema nervoso, conforme nos demonstra o Nicolelis, é um fluxo constante, intenso, imensurável, extremamente complexo, caótico e probabilístico que funciona coletando informações do meio ambiente (do entorno) e do seu próprio corpo, processando tudo isso nesse fluxo descrito e gerando respostas (reflexos) que são as diretivas das ações do organismo como um todo ao meio ambiente e ao meio interno, com o objetivo de manter e prolongar a própria vida e os reflexos corticais são essencialmente os constituintes da consciência (ou a própria consciência?).

Aqui chegamos a um ponto mais filosófico ao qual esse modelo que apresento não oferece resposta (pelo menos não a vejo de imediato) que é entender o que é a vida, mas oferece um caminho sólido e seguro para responder positivamente o que é a consciência.

A primeira grande objeção que me vem à mente (heheheh) é que a atividade cortical não cessa quando estamos dormindo (inconscientes) mas a essa eu respondo dizendo que a coordenação desses reflexos é desativada nesses estados, num mecanismo que poderia explicar os sonhos porque eles ocorrem justamente em estágios intermediários entre a plena consciência e a letargia.

Bom, mais inúmeras questões surgem num fluxo contínuo, complexo, caótico e probabilístico mas estou confiante de que esse modelo pode dar respostas consistentes a todas elas, mas não vou fazer isso aqui.

O que estou propondo para mim e publico neste instante é investigar, através de projetos e pesquisa, até onde podemos ir com este modelo, a quais perguntas fundamentais ele pode responder?